Amor,Te.

Aceita um chocolate?

Diz que me ama! Não, não responda agora. Primeiro, entra no espaço, procura uma cadeira, senta, relaxa, toma uma cachaça. Quer um chocolate? Assim começou Amor, te. Tateamos pelo escuro, e, aos poucos, fomos sentindo o calor do processo, o calor de cada um. Foi maravilhoso! O milagre do teatro aconteceu!

A ideia partiu do diretor Pedro Struchiner: as relações - sejam amorosas, sexuais, familiares - os casais e seus conflitos. Como referência inicial, a obra teatral de Nelson Rodrigues. O grupo precisava de um ponto de partida, uma bússola para um assunto tão amplo. Nelson foi escolhido, não apenas por ser um dos nossos maiores dramaturgos, mas porque sua obra nos convida a uma constante quebra de conceitos e paradigmas, mantendo-se atual e polêmica até hoje.

Nelson nos permitiu entender que suas estórias são também nossas histórias e, aos poucos, diretor e elenco foram armando com suas próprias palavras, construindo o texto com relatos pessoais e fragmentos de outros autores e textos jornalísticos. Juntos, criaram a dramaturgia, que constantemente se coloca disposta a se modificar e a amadurecer com cada nova experiência vivida.

Entendeu-se, então, que precisamos falar de amor! O amor que nos dá vida, o amor que dói, o amor que rasga, fere e aquece. O amor difícil, o amor fácil. O amor possível e o que dizem impossível. O amor que sentimos e o que sentem, o amor que conseguimos declarar e o amor velado, escondido. O amor que não cabe na gente, o amor que falta, o amor que mata.

Amor, te. é mais do que uma colagem de textos e referências. Amor, te. é a vontade de dizer e fazer tudo o que o amor oferece. O que vem depois do te não é o ponto final, nem a morte. O que vem depois é de cada um ou de quem aceite nosso convite. Amor, te. é sobre o amor e sobre nós mesmos.

Respostas? Julgamentos? Discurso? Não, não temos. Nesse processo, despimos a máscara do senso comum. E como é gostoso perder a inocência provocada por verdades absolutas. Este jogo de descobertas nos dá muito tesão! Diz que me ama! Hoje não. Antes, dá-nos um sentido beijo e vem conosco. Desfruta desse encontro. Com muito prazer, apresentamos Amor, te.

Sinopse

No espaço, dez cadeiras. Os atores recebem o público na porta com cachaça e chocolate, despidos de seus personagens. Todos ali estão convidados a partilhar um momento de intimidade, de troca, de olhares diretos, que invadem e tocam ao mesmo tempo.

Amor, te. é uma peça sobre aquilo que é tão difícil falar e, justamente por isso, ela não deixa outra alternativa, senão a do enfrentamento. A plateia está muito próxima do elenco. Apenas uma linha vermelha os separa. E cabe a ambos romper com ela e permitir o afeto.

Neste ambiente caloroso e receptivo, histórias sobre amor, sobre morte e sobre o que deixamos morrer no silêncio dos nossos mundos são narradas e encenadas pelos atores, sempre vivos em cena.

As histórias são baseadas em relatos pessoais do próprio elenco e em fatos extraídos de jornais, analisados sob uma ótica rodrigueana. A cada cena, um novo encontro, uma aproximação. As cadeiras acolhem as experiências contadas e o espaço se faz pequeno, ainda que imenso.

trabalho produzido em criação colaborativa

Direção e Dramaturgia: Pedro Struchiner

Elenco: Ana Karenina Riehl, Carol Vilela, Fabio Alavez, Katiuscia Dantas, Luan de Almeida, Laura de Castro, Luis Gustavo Soares, Natali Barbosa, Pedro Struchiner e Talita Bildeman

Cenografia: Alice Cruz

Assistente de Cenografia:Lina da Hora

Figurino: Luisa de Oliveira

Iluminação: Pedro Struchiner

Acompanhamento Teórico: Candida Sastre e Sandro Melo

Preparação Corporal: Laura Collor

Trilha Sonora Original: Gabriel Ballesté

Visagismo: Talita Bildeman e Ana Karenina Riehl

Projeto Gráfico: Sandro Melo

Realização: Teatro Vírgula, Escola de Teatro | UNIRIO e RODA Produtiva

programa: Teatro no campus - NIS|UNIRIO

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